Visual Merchandising: Conceitos e Objetivos

18.8.25 |

 


Até chegar ao panorama atual, e se tornar uma importante estratégia no marketing das marcas de moda, o Visual Merchandising percorreu um longo caminho acompanhando a evolução do varejo. Mas afinal, o que é Visual Merchandising e quais os seus objetivos? É sobre isto que falaremos neste post. Vamos lá?


Como já falamos aqui, o visual merchandising nasceu como ciência no século XIX, se desenvolveu no século XX e se consolidou no século XXI. De acordo com Sackrider, Guidé e Hervé, (2009. p. 28) quatro elementos foram responsáveis pelo desenvolvimento do visual merchandising no século XX: "a evolução da distribuição, as modificações do comportamento do consumidor, a banalização dos produtos e o crescimento da concorrência." Desta evolução surgiram alguns conceitos que resumem o que é Visual Merchandising.


Conceito

 

Um conceito tradicional define o visual merchandising como um conjunto de estratégias como o design, arquitetura e decoração utilizadas para motivar e induzir os consumidores às compras. São técnicas capazes de trabalhar o ambiente do ponto de venda criando identidade e personificando decorativamente todos os equipamentos que circundam os produtos. (BLESSA, 2009, p.6)

 

Mas quem aponta outra importante característica do visual merchandising são os autores Ebster, Graus e Malhotra (2013, p. 84). Eles salientam o fator comunicação do visual merchandising: "Ele é a 'linguagem de uma loja', é como um varejista se comunica com seus consumidores por meio de imagens ou apresentações de produtos".


<img src="louuis-vuitton-amsterdam-1.png" alt="Imagem do interior da loja Louis Vuitton em Amsterdam"/>

Louis Vuitton- Amsterdam. Via | https://superfuture.com/2025/07/new-shops/amsterdam-louis-vuitton-shop-in-shop-renewal/

 

Desta forma, segundo Sackider, Guidé & Hervé, (2009, p.159), as técnicas de visual merchandising podem ser reunidas em quatro grupos de ações:

 

1- Organização das ofertas:

Implantação de zonas físicas de produtos em categorias (família, temas, cores, estilos), permitindo uma leitura rápida, fácil e clara das ofertas.

 

2- Gestão do espaço:

Em função do espaço disponível no ponto de venda e do cálculo da rentabilidade das zonas de exposição, o varejista determinará quais famílias ou temas de produtos terão maior visibilidade, o que resultará no aumento das vendas e das ofertas para o consumidor.

 

3. Sedução:

A ambientação do ponto de venda vai refletir na identidade da marca e contribuir para criar uma relação entre o cliente e a marca.

 

4. Comunicação:

Diz respeito a todo o ponto de venda, sendo o visual merchandising a estratégia que permite ao varejista mostrar a sua identidade para o consumidor, seja através de imagens, música, objetos ou vitrines.

 

<img src="louis-vuitton-amsterdam-2.png" alt="Imagem do interior da loja Louis Vuitton em Amsterdam"
Louis Vuitton - Amsterdam

Objetivos do Visual Merchandising


Com base nos conceitos apresentados, o visual merchandising pretende alcançar dois objetivos: quantitativo e qualitativo, como pontuam Sackrider, Guidé & Hervé (2009).

 

1. Objetivo Quantitativo

 

Facilitar a compra


Este objetivo é de caráter quantitativo, pois toda empresa tem como metas vendas e lucro. Para favorecer as vendas as empresas procuram contemplar itens como localização, arquitetura, organização do espaço interno e prestação de bons serviços. Quatro ações são fundamentais para impulsionar as vendas e o aumento das margens de lucro:

 

a) Preparar o espaço interno para facilitar o percurso do cliente criando trilhas imaginárias, que o leve a percorrer todo o espaço da loja. Isto pode ser criado por uma organização do espaço em setores definidos, mas igualmente atraentes que despertem interesse.

 

b) Tornar legível a leitura da oferta dos produtos preparando o espaço para que a exposição seja feita de forma ordenada e segmentada de tal maneira que o próprio cliente consiga entender o que é vendido, quais os produtos carros-chefes da coleção, as tendências, propor combinações entre os produtos, tudo isto com autonomia, sem necessariamente contar com a ajuda de um consultor.

 

c) Ofertar serviços fundamentais coerentes com o posicionamento e a imagem da marca. Bom atendimento, sinalização de setores e de preços das peças, provadores bem equipados, serviço de caixa ágil, embalagens práticas e bem cuidadas, tudo isto contribui para prolongar a compra além da loja. É a imagem que o cliente leva na memória e responde pela formação ou não de um conceito positivo da loja.

 

d) Interpretar a noção de qualidade dos produtos. Esta ação envolve o ponto de venda como um todo, desde a ambientação, aos equipamentos e forma de exposição, o atendimento, como e onde os produtos serão apresentados, tudo deve transmitir a qualidade que possuem. O consumidor valoriza qualidade, e um produto mal apresentado, não transmite esta noção.


<img src="louis-vuitton-amsterdam-3.png" alt="Interior da loja Louis Vuitton em Amsterdam"/
Louis Vuitton | Amsterdam


2. Objetivo Qualitativo

 

Criar identidade para a marca

O segundo objetivo, mais qualitativo, visa criar uma identidade para a marca. O aumento oferta de produtos semelhantes provocou uma atenção para a imagem que ela representa no mercado. A marca é vista como "uma pessoa" que tem personalidade própria e precisa traduzir isto para o consumidor.

 

Todos os elementos vistos acima no primeiro objetivo, também ajudam a criar a identidade da marca, mas a sua identidade visual e as ferramentas de comunicação no ponto de venda, precisam estar em conexão com uma exposição que conduza o cliente até o objeto desejado, além da decoração, do mobiliário e da arquitetura que juntos consolidam sua identidade.

 

Ao fazer uma apresentação dos produtos, a marca se apresenta, dizendo quem é e o que faz, em um cenário lúdico que a interprete. Esta conjugação de esforços fortalece a imagem da marca na mente do consumidor, que a identifica facilmente entre a concorrência.  

 

<img src="louis-vuitton-amsterdam-4.png" alt="Fachada da loja Louis Vuitton em Amsterdam"/>
Louis Vuitton | Amsterdam

Para concluir, a loja é o principal ponto de contato do consumidor com a marca. É lá onde se vive a experiência de compra que pode ser positiva ou negativa e criar uma imagem também boa ou má. Os especialistas em marketing sempre alertam que um cliente perdido custa muito para reconquistar. Desta forma, ao cuidar de todos os detalhes da loja e oferecer o seu melhor ao consumidor, é a garantia da fidelização. E o Visual Merchandising é fundamental neste processo. 


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FONTES:

BLESSA, Regina. Merchandising no ponto-de-venda. São Paulo: Editora Atlas, 2009.

SACKRIDER, Françoise; GUIDÉ, Gwemola; HERVÉ, Dominique. Entre Vitrinas: distribuição e visual merchandising na moda. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2009.

 



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