Até chegar ao panorama atual, e se tornar uma importante estratégia no marketing das marcas de moda, o Visual Merchandising percorreu um longo caminho acompanhando a evolução do varejo. Mas afinal, o que é Visual Merchandising e quais os seus objetivos? É sobre isto que falaremos neste post. Vamos lá?
Como já falamos aqui, o visual merchandising nasceu
como ciência no século XIX, se desenvolveu no século XX e se consolidou no
século XXI. De acordo com Sackrider, Guidé e Hervé, (2009. p. 28) quatro
elementos foram responsáveis pelo desenvolvimento do visual merchandising no
século XX: "a evolução da distribuição, as modificações do comportamento
do consumidor, a banalização dos produtos e o crescimento da concorrência."
Desta evolução surgiram alguns conceitos que resumem o que é Visual
Merchandising.
Conceito
Um conceito tradicional define o visual merchandising como um conjunto de estratégias como o design, arquitetura e
decoração utilizadas para motivar e induzir os consumidores às compras. São
técnicas capazes de trabalhar o ambiente do ponto de venda criando identidade e
personificando decorativamente todos os equipamentos que circundam os produtos.
(BLESSA, 2009, p.6)
Mas quem aponta outra importante característica do visual merchandising são os autores Ebster, Graus e Malhotra (2013, p. 84).
Eles salientam o fator comunicação do visual merchandising: "Ele é a
'linguagem de uma loja', é como um varejista se comunica com seus consumidores
por meio de imagens ou apresentações de produtos".
Louis Vuitton- Amsterdam. Via | https://superfuture.com/2025/07/new-shops/amsterdam-louis-vuitton-shop-in-shop-renewal/
Desta forma, segundo Sackider, Guidé & Hervé, (2009, p.159), as técnicas de visual merchandising podem ser reunidas em quatro grupos de ações:
1- Organização das ofertas:
Implantação de zonas físicas de produtos em
categorias (família, temas, cores, estilos), permitindo uma leitura rápida,
fácil e clara das ofertas.
2- Gestão do espaço:
Em função do espaço disponível no ponto de venda e
do cálculo da rentabilidade das zonas de exposição, o varejista determinará
quais famílias ou temas de produtos terão maior visibilidade, o que resultará
no aumento das vendas e das ofertas para o consumidor.
3. Sedução:
A ambientação do ponto de venda vai refletir na
identidade da marca e contribuir para criar uma relação entre o cliente e a
marca.
4. Comunicação:
Diz respeito a todo o ponto de venda, sendo o visual merchandising a estratégia que permite ao varejista mostrar a sua
identidade para o consumidor, seja através de imagens, música, objetos ou vitrines.
Objetivos do Visual Merchandising
Com base nos conceitos apresentados, o visual
merchandising pretende alcançar dois objetivos: quantitativo e qualitativo,
como pontuam Sackrider, Guidé & Hervé (2009).
1. Objetivo Quantitativo
Facilitar a compra
Este objetivo é de caráter quantitativo, pois toda
empresa tem como metas vendas e lucro. Para favorecer as vendas as empresas
procuram contemplar itens como localização, arquitetura, organização do espaço
interno e prestação de bons serviços. Quatro ações são fundamentais para
impulsionar as vendas e o aumento das margens de lucro:
a) Preparar o espaço interno para facilitar o
percurso do cliente criando trilhas imaginárias, que o leve a percorrer todo o
espaço da loja. Isto pode ser criado por uma organização do espaço em setores
definidos, mas igualmente atraentes que despertem interesse.
b) Tornar legível a leitura da oferta dos produtos
preparando o espaço para que a exposição seja feita de forma ordenada e
segmentada de tal maneira que o próprio cliente consiga entender o que é
vendido, quais os produtos carros-chefes da coleção, as tendências, propor
combinações entre os produtos, tudo isto com autonomia, sem necessariamente
contar com a ajuda de um consultor.
c) Ofertar serviços fundamentais coerentes com o
posicionamento e a imagem da marca. Bom atendimento, sinalização de setores e
de preços das peças, provadores bem equipados, serviço de caixa ágil,
embalagens práticas e bem cuidadas, tudo isto contribui para prolongar a compra
além da loja. É a imagem que o cliente leva na memória e responde pela formação
ou não de um conceito positivo da loja.
d) Interpretar a noção de qualidade dos produtos.
Esta ação envolve o ponto de venda como um todo, desde a ambientação, aos
equipamentos e forma de exposição, o atendimento, como e onde os produtos serão
apresentados, tudo deve transmitir a qualidade que possuem. O consumidor
valoriza qualidade, e um produto mal apresentado, não transmite esta noção.
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Louis Vuitton | Amsterdam |
2. Objetivo Qualitativo
Criar identidade para a marca
O segundo objetivo, mais qualitativo, visa criar
uma identidade para a marca. O aumento oferta de produtos semelhantes provocou
uma atenção para a imagem que ela representa no mercado. A marca é vista como
"uma pessoa" que tem personalidade própria e precisa traduzir isto
para o consumidor.
Todos os elementos vistos acima no primeiro
objetivo, também ajudam a criar a identidade da marca, mas a sua identidade
visual e as ferramentas de comunicação no ponto de venda, precisam estar em
conexão com uma exposição que conduza o cliente até o objeto desejado, além da
decoração, do mobiliário e da arquitetura que juntos consolidam sua identidade.
Ao fazer uma apresentação dos produtos, a marca se
apresenta, dizendo quem é e o que faz, em um cenário lúdico que a interprete.
Esta conjugação de esforços fortalece a imagem da marca na mente do consumidor,
que a identifica facilmente entre a concorrência.